quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quatro horas de trilhas e montanhas (Four hours of trails and mountains)

Quatro horas e um minutos de trilhas, montanhas, algum asfalto e muitas emoções !
Planejei um percurso na noite anterior, mas, como sempre, acabei mudando os planos e o roteiro.
Comecei por Laranjeiras, subindo até o Cosme Velho e logo em seguida peguei a rua Almirante Alexandrino.
Movimento intenso de veículos, devido a Copa do Mundo de Futebol.
Passando pela guarita do PNT e entrando nas Paineiras, segui em direção a "trilha secreta", onde até o final do mês de maio, havia uma árvore caída com copa e tudo, impossibilitando a travessia por ela, mas graças a alguém ou alguns a árvore foi cortada e a trilha liberada.
Saindo da trilha e chegando nos trilhos do bondinho do Corcovado, onde troquei dois minutos de "prosa" com um funcionário do local, porque o bondinho, pra minha sorte, havia passado por mim e parado na estação das Paineiras. Quando ele para ali, não existe forma de passar, tem que aguardar ele seguir o caminho. Até porque, é proibido o trânsito de pedestres nos trilhos. Eles liberam apenas para nós corredores.
Já na bifurcação da trilha que leva ao Parque Lage e a trilha que leva ao Horto, optei por descer a que leva ao Horto, mesmo desconhecendo o percurso completo.
Boa parte do percurso é evidente a trilha, mas no final é muito ruim. Não aconselho. Mais pra frente entro em detalhes.
No meio da trilha, ouvi um barulho ao meu lado e segui uns dois metros a frente. Após parar e verificar o que era, nada mais nada menos do que uma cobra de aproximadamente dois metros, pouco colorida, mas pelo tamanho dela, bem visível. Ela estava na mata ao lado da trilha, a uma distância de um metro de mim.
Mas, para minha sorte, a maioria dos animais tem mais medo da gente, do que nós deles.
Tentei filmá-la mais perto, mas ela seguia para longe de mim. E nesse caso, é melhor deixá-la seguir seu caminho.
Por isso, sempre aconselho a não usar tocadores de músicas em trilhas. Você precisa ouvir a natureza ao seu redor.
Bom, passado o susto de ambos, segui descendo a trilha que achava eu, que estaria bem sinalizada e de fácil visualização.
Pronto, meu segundo engano !
O primeiro engano foi deixar de levar na mochila, fitinhas coloridas pra marcar a trilha e não me perder.
A trilha ia muito bem até a mata começar a fechar e surgir uma árvore no caminho. Como eu nunca havia feito essa trilha, eu não sabia se essa árvore estaria no local há meses ou anos, ou se caiu semana passada.
A trilha sumiu !
Como eu estava ouvindo barulho de rio, continuei descendo, mesmo sem saber onde eu iria parar.
Mas aprendi que todo rio ou leito, leva até casas !
Assim que cheguei no rio, com várias pedras e rochas bem grandes, onde eu subia para ver por onde deveria seguir, continuei seguindo o rio abaixo.
Então, cheguei bem próximo a alguns casarões e percebi que estava na direção certa, mesmo perdendo a trilha, muito mal sinalizada, diga-se de passagem.
Eis que, para minha sorte, numas casas mais humildes a minha esquerda, escuto dois pedreiros conversando.
Perguntei a eles onde eu estava, e um deles, muito simpático, me informou: "Tá perto da Sara Vilela".
Beleza, to no Horto !
Passei a vegetação rasteira e bem densa, onde tomei alguns tombos, por não poder ver onde pisava, e fui em direção a casa onde eles estavam trabalhando.
Agradeci ao amigo, saí pelo portão da frente e desci a rua até a rua Jardim Botânico, para em seguida, ir para a Pacheco Leão, onde seguiria para a trilha da Serpro que leva até a Vista Chinesa.
Saindo na Vista, segui pelo asfalto até a Mesa do Imperador, onde entrei em outra trilha, que liga a Mesa até a Estrada do Redentor.
Já estava bem cansado !
O estresse anterior de perder a trilha me deixou exausto.
Fiz uma "paradinha" para comer um biscoito, beber isotônico, descansar cinco minutos e fazer um registro de fotos.
Pronto, recuperado, segui em direção as Paineiras.
Mais uma vez, registrei minha fitinha vermelha, colocada lá por mim há mais de dois anos e ainda por lá.
Já nas Paineiras, segui o resto do percurso pelo asfalto e soltei o ritmo.
Chegando na entrada do Cristo Redentor, a fila estava enorme, como disse antes, devido a Copa do Mundo.
Queria fechar o treino indo até o Cristo, mas os seguranças vetaram minha subida.
Tive que descer as Paineiras até acessar uma entrada para a "trilha secreta" e segui de volta a rua Almirante Alexandrino até o CEAT, onde concluí as quatro horas e um minuto de treino, com exatos 30 km.
Parei, tirei os tênis, as meias, tirei a bermuda de compressão e coloquei uma bermuda seca, fiz mais uma mistura de isotônico, numa garrafinha de 300 ml que levei avulsa, comi uma barra de proteína, um sanduíche com queijo branco e geleia, mais dois pãezinhos com requeijão e azeite para o final do treino, fosse onde fosse ! rs


Conclusão:
- O percurso foi cansativo, agradável, estressante em poucos momentos, algumas caimbras ameaçaram no final e satisfatório !

Equipamentos usados para as quatro horas:
- Mochila de hidratação com 2,5 litros de água; quatro sacolés com isotônico em pó (tomei um a cada hora); oito bananadas (comi uma a cada 45 minutos); biscoito recheado (levei quatro unidades para consumir na terceira hora); celular com bateria carregada e com GPS; faca de camping (para proteção na mata); apito (em caso de se perder); e muita disposição.

OBRIGADO MEU DEUS, POR ME GUIAR !!!

SEJA AUDAZ !!!

Um comentário:

  1. Emocionante o treino, principalmente o encontro com a cobra e a trilha que sumiu...Muito bom!

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